No último dia 11 de setembro, participantes da 12ª Conferência Internacional da Rede Lusófona de Morfologia Urbana (PNUM) participaram da oficina "Belém e o Rio: Uma Viagem pela Morfologia Urbana e suas Transformações", que integrou a programação do evento realizado em Belém, de 11 a 13 de setembro. A oficina proporcionou uma imersão na história e na evolução urbana da cidade, com o rio como elemento central das transformações arquitetônicas e culturais ao longo do tempo.
O passeio guiado pelo centro histórico, destacou a relação da cidade com o rio ao longo dos séculos com o objetivo de proporcionar aos participantes uma compreensão das mudanças urbanas e da influência do rio na morfologia de Belém, contrastando as influências europeias com as formas vernaculares locais.
Primeira Parada: Boulevard Castilhos França e Ver-o-Peso
O roteiro teve início no Boulevard Castilhos França, com uma parada na Estação das Docas e no mercado Ver-o-Peso. Os temas abordados incluíram a importância comercial e cultural da área, o processo de aterro da estação das docas e sua transformação em um ponto turístico, exemplificando a modernização urbana e a expansão sobre o rio.
Segunda Parada: A Belém Europeia
O grupo seguiu para a Praça do Relógio e a Praça D. Pedro II, com uma parada em frente ao Palácio Antônio Lemos. Nessa etapa, discutiram-se a transformação de Belém a partir da perspectiva colonial, o aterramento de cursos d'água e a adoção de um simbolismo europeu na estrutura urbana. As praças e os palácios da região foram analisados como exemplos da tentativa de europeização da cidade.
Terceira Parada: As Origens Ribeirinhas de Belém
No Forte do Presépio e na Praça do Carmo, o foco foi a Belém Mairi, suas origens e a hibridização entre a vivência ribeirinha e a urbanização portuguesa. A visita ao Beco do Carmo destacou a tipologia palafítica dos assentamentos vernaculares, revelando como a vida à beira do rio se integra com a forma urbana herdada dos portugueses.
Encerramento: Debate no Fórum Landi
O evento foi concluído com uma roda de conversa no Fórum Landi. Durante cerca de uma hora, os participantes discutiram como a presença do rio influenciou a forma urbana de Belém, comparando-a com outras cidades de onde vieram. O debate abordou ainda as diferenças entre a arquitetura vernacular e europeia, os desafios da revitalização urbana e as oportunidades de integrar formas tradicionais e modernas de urbanização.
Moderado por acadêmicos e palestrantes, o debate levantou questões como a preservação do patrimônio histórico diante das demandas de desenvolvimento urbano e como políticas públicas podem equilibrar essas duas realidades. A oficina proporcionou um olhar aprofundado sobre a relação dinâmica entre cidade e rio, fundamental para compreender o passado e o futuro de Belém.
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